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PIB sobe 1,4% no 1º tri: por que analistas veem desaceleração da economia à frente






Crescimento do PIB no Primeiro Trimestre de 2025

Desempenho Econômico

A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE. Este resultado, ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas (1,5%), supera o registrado no quarto trimestre de 2024 (0,1% – dado revisado).

Em comparação com o primeiro trimestre de 2024, o crescimento foi de 2,9%, uma taxa inferior aos 3,6% do trimestre anterior.

A agropecuária, com alta de 12,2%, impulsionou o desempenho econômico inicial do ano, devido à safra recorde de grãos (soja e milho).

Os serviços registraram crescimento de 0,3%, enquanto a indústria apresentou retração de 0,1% (em relação ao trimestre anterior).

Demanda Interna

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF) cresceram 3,1%, impulsionados pela importação de uma plataforma de petróleo da China (fato não recorrente).

O consumo das famílias cresceu 1%, apoiado pelo bom desempenho do mercado de trabalho e pelo aumento da massa de renda.

O consumo do governo avançou 0,1%, enquanto o setor externo teve contribuição negativa, com importações (5,9%) superando exportações (2,9%), indicando demanda interna aquecida.

Desaceleração Esperada

Perspectivas dos Analistas

Apesar do bom desempenho inicial, analistas projetam uma desaceleração gradual do PIB nos próximos trimestres.

Rodolfo Margato (XP Investimentos) destaca a sazonalidade da economia brasileira, com quase dois terços da safra de soja contabilizados entre janeiro e março, e a expectativa de aumento de 15% na safra de soja.

Ariane Benedito (PicPay) aponta a forte base de comparação do primeiro trimestre e os efeitos dos juros elevados pelo Banco Central na segunda metade do ano.

Riscos para a Economia

O principal risco é um possível recrudescimento da guerra comercial entre EUA e China, impactando a economia global e os preços das commodities. Entretanto, este cenário é considerado menos provável.

A gripe aviária pode afetar a inflação e a balança comercial, mas não o PIB, segundo Luciano Sobral (Neo Investimentos), pois uma queda nas exportações de aves seria compensada por maiores vendas internas.

O aumento esperado do IOF pode encarecer o crédito para empresas, mas o impacto é considerado limitado devido às condições de crédito já restritivas.

Mercado de Trabalho e Estímulos Fiscais

Dados fortes do mercado de trabalho no início do segundo trimestre sugerem uma desaceleração gradual. Em abril, foram criados 257 mil empregos formais (Caged), e a taxa de desemprego ficou em 6,6% (Pnad).

Estímulos fiscais, como aumento do salário mínimo, empréstimo consignado, liberação de recursos do FGTS e pagamento de precatórios, têm sustentado a atividade econômica.

Outros estímulos estão a caminho, como a ampliação do Minha Casa, Minha Vida, aumento do vale-gás e redução da conta de luz.

A contrapartida é a inflação resiliente, mantendo os juros altos e o mau humor dos brasileiros com a economia, apesar do baixo desemprego e alta renda.

Leia também: Entenda como medidas do governo podem atrasar a desaceleração da economia, Por que o agro puxou o crescimento do PIB no início do ano, PIB cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025, O que esperar para o restante do ano?, Fraudes no INSS: governo vai usar recursos da União para ressarcir vítimas enquanto cobra entidades na Justiça, diz AGU

Fonte: g1 > Economia

Publicado originalmente em: maio 30, 2025 às 2:02 pm

Análise e Impactos Financeiros

O crescimento do PIB de 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pela agropecuária, apresenta um cenário econômico complexo com implicações significativas para as finanças pessoais, o mercado financeiro e as tendências econômicas futuras. Embora o resultado seja positivo, a expectativa de desaceleração nos próximos trimestres exige atenção e planejamento.

Para o cidadão comum, o cenário de crescimento econômico, ainda que com desaceleração prevista, pode significar oportunidades no mercado de trabalho. A baixa taxa de desemprego e a criação de empregos formais, como demonstrado pelo Caged, indicam um mercado de trabalho relativamente robusto. Porém, a inflação resiliente, consequência dos estímulos fiscais e da demanda aquecida, corrói o poder de compra. É fundamental acompanhar a evolução da inflação e negociar salários com base em índices reais, não apenas nominais. A alta dos juros, embora contenha a inflação, encarece o crédito, tornando mais difícil a aquisição de bens duráveis e o financiamento de projetos pessoais. Planejar as finanças pessoais com cautela, priorizando o controle de gastos e a diversificação de investimentos, é crucial neste cenário.

No mercado financeiro, a expectativa de desaceleração econômica impacta a tomada de decisões de investimento. A alta dos juros, como medida do Banco Central para controlar a inflação, aumenta a atratividade de investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto. Porém, o risco de uma desaceleração mais acentuada que o previsto pode afetar negativamente o mercado de ações, exigindo cautela e diversificação da carteira. A forte influência da agropecuária no crescimento do PIB no primeiro trimestre indica que o setor é um componente importante da economia brasileira, mas também ressalta a vulnerabilidade do país a fatores climáticos e oscilações internacionais nos preços das commodities. Investidores devem acompanhar de perto os relatórios econômicos e as projeções de safra, buscando se posicionar estrategicamente para mitigar riscos e aproveitar oportunidades.

A tendência econômica a médio prazo aponta para um crescimento mais moderado, com a desaceleração gradual da economia brasileira. Os estímulos fiscais, embora contribuam para o crescimento no curto prazo, podem gerar impactos negativos a longo prazo, como o aumento da dívida pública e a persistência da inflação. A guerra comercial entre EUA e China, apesar de considerada um risco menos provável pelos analistas, representa uma ameaça ao crescimento global e pode impactar negativamente o preço das commodities, afetando diretamente a economia brasileira. Riscos internos, como a gripe aviária, também podem afetar setores específicos, como o avícola, e impactar a inflação. É fundamental acompanhar atentamente a evolução desses fatores e seus possíveis efeitos na economia, tomando decisões financeiras com base em informações atualizadas e planejamento adequado. A análise da conjuntura atual deve levar em consideração a possível piora da situação internacional, considerando a instabilidade geopolítica global e seus potenciais efeitos na economia brasileira. Um planejamento financeiro estratégico e a busca por fontes de informação confiáveis são essenciais para navegar com segurança neste cenário econômico dinâmico e incerto.

Resumo

O PIB brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pela agropecuária, mas analistas preveem desaceleração. A inflação resiliente e a alta dos juros impactam as finanças pessoais e o mercado financeiro. O cenário exige planejamento cuidadoso.

Tags

PIB, crescimento econômico, desaceleração, agropecuária, inflação, juros, mercado de trabalho, investimentos, riscos econômicos, EUA, China, commodities,


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