Aumento de Tarifas sobre Aço e Alumínio
O Decreto de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que dobra as tarifas de importação sobre aço, alumínio e derivados. As taxas, que passarão de 25% para 50%, entraram em vigor em 4 de junho de 2025. O governo dos EUA afirma que o objetivo da medida é garantir a segurança nacional do país. O Reino Unido é a única exceção, mantendo tarifas de 25%.
O novo decreto confirma a promessa feita por Trump em 30 de maio de 2025, nas redes sociais, onde anunciou sua decisão de dobrar as taxas para “proteger ainda mais a indústria siderúrgica americana”.
As taxas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos EUA estavam em vigor desde 12 de março de 2025.
Impactos Globais
A aplicação das tarifas afetou diretamente o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México. O Brasil, segundo maior fornecedor de aço do país, também foi impactado. Especialistas apontam que uma das principais consequências das tarifas é a redução das exportações para os EUA. Além disso, o cenário impõe novos desafios ao setor siderúrgico, que pode ser forçado a redirecionar suas vendas ou reduzir a produção.
Para as empresas com fábricas no Brasil, os efeitos variam. Empresas com forte atuação no mercado externo tendem a ser mais prejudicadas pela queda nas exportações, enquanto aquelas com foco maior no mercado interno sentem menos o impacto direto, mas enfrentam o desafio de lidar com o possível aumento da oferta de produtos no mercado doméstico, o que pode pressionar os preços e reduzir as margens de lucro.
O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, não se pronunciou sobre a nova medida. Em nota publicada em março, quando passou a valer a taxa de 25%, a entidade disse estar confiante no diálogo entre os governos brasileiro e norte-americano.
Impactos para o Brasil
O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, com 4,1 milhões de toneladas em exportações em 2024, atrás apenas do Canadá (6 milhões de toneladas). O México ocupa o terceiro lugar, com 3,2 milhões de toneladas.
Cerca de 25% do aço utilizado nas indústrias dos EUA é importado. No caso do alumínio, cuja principal exportador para o país também é o Canadá, essa parcela é de 50%.
Especialistas em comércio internacional afirmam que o Brasil e o Canadá são os países mais afetados em termos de exportação. A diminuição de importações pelos EUA desses países, sobretudo de aço, é esperada no curto e médio prazo. O Brasil precisa diversificar os destinos dos produtos, buscando mercados em outros países ou vendendo o excedente no mercado nacional. A China pode absorver parte das exportações brasileiras, preferindo produtos semifaturados.
A queda nas exportações para os EUA também pode prejudicar o mercado de trabalho na siderurgia brasileira, levando a possíveis cortes de empregos.
Impacto nas Empresas Brasileiras
Empresas exportadoras não listadas na bolsa de valores brasileira, que representam mais de 80% das vendas de aço para fora do país, serão as que mais sentem os efeitos negativos. Multinacionais com operação no Brasil, como a ArcelorMittal e a Ternium, podem ser afetadas pela diminuição dos fluxos de placas de aço para os EUA. Siderúrgicas brasileiras como a Gerdau, Usiminas e CSN podem ser menos prejudicadas, pois suas exportações são menos significativas para a operação dessas companhias.
Em nota publicada após o anúncio de tarifas de 25%, o Instituto Aço Brasil disse estar confiante na abertura de diálogo entre os governos dos dois países para restabelecer o fluxo de produtos de aço para os EUA.
Histórico das Tarifas de Trump
Donald Trump impôs tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio em 12 de março de 2025. O objetivo é priorizar e incentivar a indústria local. Desde que assumiu seu segundo mandato, Trump anunciou diversas taxas de importação, inclusive um “tarifaço” que atingiu mais de 180 países, embora tenha sido parcialmente suspenso pela Justiça dos EUA.
Fonte: G1>Economia
Análise e Impactos Financeiros
A decisão de Trump terá impactos significativos nas finanças pessoais, no mercado financeiro e nas tendências econômicas globais. O Brasil estará entre os países mais afetados.
Para os brasileiros, o impacto mais imediato poderá ser indireto, via inflação. A redução das exportações de aço pode levar a um aumento dos preços dos produtos siderúrgicos no mercado doméstico, afetando o custo de diversos bens e impactando o orçamento familiar. Aumento de custos em setores como construção civil pode levar a um aumento nos preços dos imóveis. A possível redução de empregos na indústria siderúrgica também representa um risco para a renda de muitas famílias.
No mercado financeiro, a notícia pode gerar volatilidade para empresas brasileiras ligadas ao setor siderúrgico. Ações de empresas exportadoras de aço podem sofrer queda, enquanto empresas voltadas para o mercado interno podem sentir um impacto menor, mas ainda assim relevante. Investidores precisam diversificar suas carteiras e acompanhar as notícias relacionadas ao setor. A instabilidade gerada pode afetar a taxa de câmbio.
Em termos de tendências econômicas, a medida de Trump reforça um cenário de protecionismo comercial, que pode afetar o crescimento econômico global. Para o Brasil, a diversificação das exportações se torna crucial. Buscar novos mercados consumidores e explorar a possibilidade de aumentar as vendas para a China são estratégias essenciais. O governo brasileiro precisa investir em políticas de apoio ao setor siderúrgico.
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