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A grande aposta econômica de Trump que Getúlio Vargas tentou implementar sem sucesso no Brasil






A Grande Aposta Econômica de Trump

Semelhanças com Vargas e Perón

O presidente americano Donald Trump defende uma política comercial semelhante à de Juan Perón na Argentina e Getúlio Vargas no Brasil, líderes que deixaram lições importantes para a região. Getúlio Vargas, durante seu governo entre 1951 e 1954, adotou um nacionalismo econômico com semelhanças às políticas de Trump.

Trump, assim como Vargas e Perón, utilizou mecanismos legais para taxar importações e incentivar a instalação de fábricas em seu país, buscando a “independência econômica” e o protecionismo industrial.

A estratégia de Trump, centrada em barreiras tarifárias sobre produtos estrangeiros, se assemelha à política de industrialização por substituição de importações (ISI) adotada por líderes latino-americanos. Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, destaca que a lógica de Trump é “muito do século passado” e similar às experiências latino-americanas com o ISI.

Especialistas, no entanto, alertam para as potenciais consequências negativas dessa medida nos EUA atualmente, apontando o fracasso retumbante do ISI na América Latina.

Comparação com Líderes Latino-Americanos

Acadêmicos já haviam comparado Trump a líderes latino-americanos em suas atitudes políticas, mas a comparação econômica é diferente. Perón, na Argentina (1946-1955), protegeu a indústria argentina com tarifas. O JPMorgan Chase observou o risco de os EUA repetirem os erros de líderes latino-americanos como Perón: protecionismo, falta de independência do banco central e desrespeito à estabilidade macroeconômica.

O ex-presidente da Costa Rica, Oscar Arias, também traçou um paralelo, afirmando que Trump está fazendo o que a América Latina abandonou anos atrás: o modelo de substituição de importações.

A Política de Substituição de Importações (ISI)

A estratégia de substituição de importações (ISI), adotada do México à Argentina entre as décadas de 1930 e 1950, buscava reduzir a dependência do mercado externo e alcançar autossuficiência econômica. Diante de turbulências internacionais e da migração rural para as cidades, os governos latino-americanos buscaram que as indústrias nacionais produzissem bens antes importados de países desenvolvidos.

Com o apoio da CEPAL, foram criadas barreiras tarifárias sobre importações para substituí-las por produtos locais, utilizando subsídios e cotas de importação. O desejo de proteger a indústria local com tarifas é a principal semelhança entre o ISI e a agenda de Trump.

Trump anunciou um “muro tarifário” sobre importações, declarando uma “declaração de independência econômica”, semelhante ao discurso de Perón em 1947. Ele utilizou a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977, atualmente sob disputa judicial, para impor tarifas, assim como Vargas utilizou a “lei do similar” para pressionar empresas estrangeiras a instalarem indústrias no Brasil.

Diferenças e Obstáculos do Modelo

Existem diferenças entre as abordagens. Perón e Vargas promoveram empresas estatais, enquanto Trump defende a redução do Estado e, simultaneamente, sua intervenção na economia. Os EUA são uma nação desenvolvida, ao contrário dos países latino-americanos que buscavam desenvolvimento por meio da industrialização.

Embora a ISI tenha permitido o rápido crescimento de fábricas na América Latina, gerando semi-industrialização em países como Argentina, Brasil e México antes da década de 1970, a estratégia encontrou obstáculos: problemas de balanço de pagamentos, ineficiência produtiva, formação de monopólios, corrupção, inflação, desvalorização da moeda e desequilíbrios fiscais. A região perdeu capacidade exportadora, diferentemente dos países asiáticos que também implementaram políticas semelhantes mas com foco na competição global. O México, após abandonar o ISI, conseguiu se industrializar mais e se tornar menos dependente da exportação de matérias-primas, diferente de Brasil e Argentina, que mantém indústrias pouco competitivas, gerando dependência do setor privado em relação ao governo.

Apesar de Trump manter sua postura protecionista, ele ajustou sua política comercial após reações negativas dos mercados, reduzindo tarifas sobre produtos chineses e dobrando as tarifas sobre aço e alumínio estrangeiros.

A OCDE projetou crescimento menor do PIB dos EUA em 2025 (1,6%) em relação a 2024 (2,8%) devido às tarifas de importação, que estão em seu nível mais alto desde 1938.

Economistas alertam que as medidas de Trump, sem um plano claro, podem incentivar a produção local, mas aumentar preços e inflação, prejudicando setores e trabalhadores que o presidente alega proteger, como demonstra a história da América Latina.

Fonte

g1 > Economia

Publicado originalmente em: 7 de junho de 2025 às 1:03 PM

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Análise e Impactos Financeiros

O artigo compara as políticas econômicas de Trump com a industrialização por substituição de importações (ISI) na América Latina. A história da ISI serve como alerta para os potenciais impactos negativos dessa estratégia nas finanças pessoais e no mercado financeiro global. O protecionismo pode inicialmente beneficiar alguns setores, mas provavelmente aumentará a inflação, reduzindo o poder de compra dos consumidores e afetando investimentos em ações e renda fixa.

A experiência latino-americana mostra que a ISI pode levar à ineficiência econômica, monopólios, crises fiscais e desvalorização da moeda. Para o mercado financeiro, isso pode resultar em fuga de capitais e retração de investimentos. A perda de competitividade global pode afetar as exportações e a balança comercial.

O cenário atual apresenta oportunidades e riscos para investidores e empresas. Políticas protecionistas isoladas, sem uma estratégia integrada, podem gerar mais problemas do que soluções, prejudicando o bem-estar econômico da população americana a médio e longo prazos. Diversificação de investimentos e consulta a profissionais financeiros são recomendadas.

Resumo

O artigo analisa as semelhanças entre a política econômica protecionista de Trump e o modelo de substituição de importações (ISI) fracassado na América Latina. A comparação com as experiências de Vargas e Perón serve como alerta sobre os potenciais riscos econômicos e financeiros dessa estratégia nos EUA.

Tags

Donald Trump, Getúlio Vargas, Juan Perón, industrialização por substituição de importações (ISI), protecionismo, tarifas, economia americana, inflação, mercado financeiro, riscos econômicos, América Latina,


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