Entenda por que o governo proibiu 6 marcas de azeite nos últimos dias
Quais azeites foram proibidos nos últimos dias?
O governo federal proibiu seis marcas de azeite entre os dias 20 e 26 de maio: Alonso, Almazara, Escarpas das Oliveiras, Grego Santorini, La Ventosa e Quintas D’Oliveira.
O g1 entrou em contato com as empresas responsáveis por embalar os azeites, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. No caso da Alonso, o Ministério da Agricultura esclareceu que existem duas marcas de azeites com esse nome, mas de empresas diferentes. A proibida pelo governo é representada pela Comércio de Gêneros Alimentícios Cotinga Ltda., que possui origem desconhecida. A outra marca, que é regular, tem origem chilena e é exportada pela Agrícola Pobena S.A.
Por que esses azeites foram proibidos?
A Anvisa citou problemas com os CNPJs das empresas que embalam os azeites. São elas:
- Caxias Comércio de Gêneros Alimentícios (La Ventosa) e Intralogística Distribuidora Concept (Grego Santorini): CNPJs extintos por inconsistências cadastrais na Receita Federal.
- Oriente Mercantil Importação e Exportação (Almazara e Escarpas das Oliveiras): CNPJ extinto, por liquidação voluntária, em dezembro de 2023.
- Comércio de Gêneros Alimentícios Cotinga Ltda (Alonso e Quintas D’Oliveira): CNPJ inexistente na base de dados da Receita Federal.
Segundo o Ministério da Agricultura, o fato de as empresas embaladoras terem CNPJs extintos ou irregulares “reforça a suspeita de fraude”. Boa parte dos azeites também foram vetados por causa de irregularidades em suas composições (veja abaixo).
Quais as irregularidades na composição dos azeites?
O Ministério da Agricultura realizou testes físico-químicos nos azeites apreendidos em outubro. Na ocasião, quatro das seis marcas foram desclassificadas: Almazara, Escarpas das Oliveiras, Grego Santorini e La Ventosa. Segundo o ministério, os produtos foram considerados fraude porque continham óleos vegetais não identificados. O azeite de oliva deve ser obtido exclusivamente da azeitona – o fruto da oliveira.
De acordo com o governo, os óleos não identificados comprometem a qualidade do produto e oferecem risco à saúde do consumidor, devido à incerteza sobre a procedência.
Quantos azeites já foram proibidos pelo governo?
Desde o início de 2024, o governo federal baniu lotes de 38 marcas de azeite ou proibiu completamente sua comercialização. Elas aparecem em listas do Ministério da Agricultura ou da Anvisa – em alguns casos, em ambas as relações. Somente entre novembro e dezembro de 2024, foram apreendidos mais de 31 mil litros de azeite em operações de fiscalização do ministério.
Como comprar um bom azeite e evitar fraudes?
Para comprar um azeite de boa qualidade, o ideal é optar por um produto que tenha sido envasado recentemente. O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser feitas de vidros escuros, isolando o contato com a claridade. O azeite também pode ser comercializado em lata.
O Ministério da Agricultura recomenda desconfiar de preços muito baixos e não comprar azeite vendido a granel. Outra medida é conferir se a marca foi proibida ou está listada como produto falsificado. Caso o consumidor descubra que adquiriu um produto falsificado, a recomendação do governo é não consumi-lo. Não há garantia das condições de higiene dos locais onde o azeite é falsificado. Muitas dessas fábricas são clandestinas, não registradas e fora das normas sanitárias.
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Análise e Impactos Financeiros
A proibição governamental de seis marcas de azeite, somada às 38 marcas anteriormente vetadas desde o início de 2024, representa um impacto significativo no mercado de azeites brasileiro, com consequências que se estendem às finanças pessoais dos consumidores, ao mercado financeiro e às tendências econômicas do setor. A principal preocupação reside na fraude, com a presença de óleos vegetais não identificados em produtos vendidos como azeite de oliva puro, o que configura não apenas uma questão de qualidade, mas também um risco à saúde pública.
Para o consumidor, o impacto financeiro é imediato. A perda de confiança no mercado leva à necessidade de um maior investimento na busca por produtos autênticos e de qualidade comprovada, o que pode significar preços mais altos. A compra de azeites de marcas reconhecidas e com certificações de origem e qualidade pode aumentar o custo da cesta básica, impactando, principalmente, os consumidores com menor poder aquisitivo. Além disso, quem já adquiriu os produtos proibidos sofre uma perda financeira direta com a impossibilidade de consumo e, potencialmente, a necessidade de descartar o produto. É crucial, portanto, estar atento a marcas e procedências, investindo tempo na verificação da autenticidade antes da compra para evitar perdas financeiras e riscos à saúde.
No mercado financeiro, a notícia impacta diretamente as empresas produtoras e distribuidoras de azeite. As empresas envolvidas nas fraudes sofrem perdas significativas, com a proibição da venda de seus produtos e potenciais multas e ações judiciais. Investidores que possuem ações ou participam de fundos de investimento com exposição a essas empresas podem sofrer perdas financeiras. Indiretamente, o setor alimentício como um todo pode sentir a repercussão negativa da falta de confiança do consumidor, impactando o desempenho de empresas relacionadas à cadeia produtiva do azeite. Por outro lado, empresas que atuam com transparência e que investem em certificações de qualidade podem se beneficiar da situação, atraindo consumidores preocupados com a autenticidade e segurança alimentar. A longo prazo, a crise de confiança pode impulsionar a demanda por produtos com certificação de origem, beneficiando empresas com práticas éticas e sustentáveis.
As tendências econômicas relacionadas demonstram a importância da regulamentação e fiscalização no setor alimentício. A grande quantidade de marcas proibidas evidencia a necessidade de maior rigor na fiscalização de produtos alimentícios, para proteger o consumidor e garantir a segurança alimentar. O aumento da fiscalização e a punição de empresas envolvidas em fraudes contribuem para a construção de um mercado mais transparente e confiável, embora isso represente um custo para o Estado. A longo prazo, espera-se que essa maior fiscalização leve a um aumento na qualidade dos produtos oferecidos no mercado e a uma maior confiança do consumidor. Entretanto, o aumento do custo da fiscalização pode impactar indiretamente o preço dos produtos, ou gerar um aumento de tributos para financiar tais atividades.
Em resumo, a situação apresenta tanto riscos quanto oportunidades. Para os consumidores, o risco está na perda financeira e nos riscos à saúde devido ao consumo de produtos fraudulentos. A oportunidade reside em investir em informação e escolher produtos com maior transparência e certificação. Para investidores, o risco está na perda de investimentos em empresas envolvidas em fraudes. A oportunidade reside em investir em empresas com práticas éticas e sustentáveis, que se beneficiarão da maior demanda por produtos de qualidade comprovada. A atenção e a cautela do consumidor e do investidor são fatores chave para navegar nesse cenário complexo e obter melhores resultados financeiros.
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